17 de fevereiro de 2009

amigos distantes e o isolamento por vontade...

Nada como "poucos" e verdadeiros amigos, a vida leva a isto , e é isto... hoje virtualmente encontrei com uma amiga de "longa data". Grande mulher com uma bela família, perfeita em termos ecológicos e sociais, pois um "casal", gera um "casal", ao falar da minha vida... " vida de certa forma certa e ao mesmo tempo de forma incerta" ... acho que eu me tornara um ermitão, vivendo no meu retiro no "Remanso do Maracujá". Na inspiração e feliz por te-la encontrado, resolvi postar sobre o assunto..."ermitão e o remanso"



Bem para alguns: o eremita é uma pessoa que vive no ermo, por penitência... é um solitário. O ermo é um lugar deserto, e sem habitantes. (encaixo em todos menos na penitencia)

Ermitão é sinônimo; mas, também é aquele que cuida duma ermida, que é uma capela, fora do povoado, isolada. São pessoas que se isolam do convívio social. (minha ermida e a "casa de Pedra" e o resto encaixa)

São palavras sinônimas.
Eremita ou ermitão é a pessoa que resolve viver completamente isolada de tudo e de todos. ( não encaixa pois tenho sede de ver pessoas vez por outra, de dançar, de observar tudo e todos)

Na verdade sou um "Ermitão é Cidadão"... ainda gosto das modernidade e da solidão vez por outra. Tenho que viver nos dois mundos, mas quando estou longe da vida urbana, este ambiente me faz crescer espiritualmente e naturalmente, faz viver com a natureza, faz criar e recriar... ai volto para cidade, para desovar... minhas criações. Assim sou meio "Ermitão".

Já percorri meio mundo (186° no hemisfério norte), sempre com uma camera do lado, vivendo e aprendendo...continuo a fazer os tres... A escolha de morar nesse alto de serra, foi trazida com o destino... Neste lugar entre montanhas, teria tudo de graça, ainda vou ter... pois tenho que plantar, para poder colher....mas o que a própria natureza me da, já me faz de sustento, algumas épocas do ano (frutas, jabuticabas, pinhoes... tilapias quando alguem pesca e limpa). Quando estou neste lugar chamado de: "Morro das Pedras", "Faz. Pedra Furada", "Casa de Pedra"... enfim nomes e mais nomes, gosto de todos mas o meu nome espiritual para este lugar, sempre vai ser no "Remanso do Maracuja".

Não vivo só. Tenho um cão "Anjo" (companheiro de outras vidas), um cão "Bueiro" (não sei quem salvou, quem...do que!) e uma cadela "Donna" (dona de si, sempre). Gaviões, falcões, andorinhas, sabias pombas do ar, passarinhos e os urubus caçadores, também visitam minha morada. Tem outros...menos comuns mas sem duvida especiais: sauás (nômades e barulhentos), siriemas (sinal de proteção), gralhas (do barulho), maritacas (aos bandos), tucanos (dupla dinâmica), lontras, tatus, curiangos, bacuraus e ate o martim pescador. Nós nos entendemos bem, sem interferências... a não ser vez por outra, um assobio meu para mudarem a posição, para serem fotografados.
A agua vem naturalmente, brota das pedras e das matas... cada uma com seu valor e gosto característico... fora a da chuva... que faz uma invernada de meses...chego ate a sonhar com a seca (chove muito).



Com a mata, as asas e as aguas, minha relação é mãe, no entanto, me reservo o direito de ser o guardião destas terras. Todos os dias observo a beleza e o reflexo das montanhas nos meus lagos (pequenos e relacao ao mundo em volta). Dia sim dia nao continuo com minha vida de ermitão. Solitário por minha propria razão e opção. Aqui perdido no esquecimento, fico tardes e noites, escrevendo ou pensando, no hoje e em um passado distante...

fotos: pela ordem - Lagoa principal a 1367m (altitude nivel do mar) - casa grande do pico dos raios - o outro lado - meu pai e o tio do alto da estrada... ouro preto e o pico na paisagem.